24/06/2013
Fundador da Motivation Professionais Association, Ira Ozer ensina como conseguir o máximo de engajamento em suas campanhas de acordo com os princípios da motivação intrínseca
por Ira Ozer*
A indústria do incentivo segue em crescimento, representando mais de US$ 30 bilhões em produtos e experiências vendidos anualmente para empresas na forma de prêmios e experiências como parte de seus diferentes programas de incentivo.
Infelizmente, muitos desses programas não atingem seu potencial completo porque apenas uma pequena porcentagem do público alvo se engaja na campanha e atinge os objetivos pré-determinados para receber alguma premiação. O mais comum é que 20% dos colaboradores se engajem ativamente no programa, com 60% não se engajando completamente e, ao final, 20% desengajados e cínicos em relação à campanha e à empresa.
Esses números são reforçados pela pesquisa a respeito do engajamento de colaboradores conduzida repetidamente há mais de 20 anos por empresas como Gallup e Sirota, que aponta que, para a maioria das empresas, apenas 27% dos funcionários estão completamente engajados.
Mas nós podemos mudar esse padrão na participação de programas de incentivos se administrarmos e criarmos as campanhas de acordo com os princípios da motivação intrínseca.
Prêmios materiais podem inspirar, com certeza, mas não podem motivar. A motivação verdadeira vem de dentro de cada um de nós como indivíduos – é algo pessoal. Programas de incentivo não funcionarão completamente a não ser que as pessoas sejam intrinsicamente motivadas a tomar as atitudes certas e mudar os hábitos necessários para transformar seus desejos pelos prêmios em realidade.
Existem dois tipos de motivação: intrínseca e extrínseca. A motivação intrínseca é definida pelo prazer que uma pessoa sente ao realizar suas tarefas, e é impulsionada por fatores que as pessoas percebem que podem controlar por si mesmas, baseadas no seu nível de esforço e compromisso com aquilo. A motivação extrínseca vem de fora, e pode ser criada tanto por influências positivas, como prêmios e reconhecimento se a tarefa é executada satisfatoriamente, ou então através de influências negativas, como o medo da punição ou ridicularização caso uma tarefa não seja completada.
De acordo com David Sirorta e seus associados na empresa Sirota Survey Intelligente, uma empresa especializada em engajamento no trabalho, muitas empresas são administradas através de 33 mitos, que foram transmitidos ao longo de anos e que criam ambientes de trabalho negativos. Essa pesquisa é apresentada no livro “The Enthusiastic Employee”, publicado em 2005. Os mitos que se aplicam especificamente à motivação são os seguintes:
A pesquisa de Sirota chega à conclusão de que as pessoas querem e precisam de respeito, salários justos e camaradagem, e mostra que as empresas com taxas de motivação mais alta são mais lucrativas do que as empresas menos motivadas. Essas descobertas também aparecem em outros estudos, como o artigo “Putting the Service Profit Chain to Work”, publicado na Harvard Business Review, que afirma que “os funcionários são o principal ativo de uma empresa, e um aumento de 5% na retenção de funcionários pode gerar um aumento entre 25 e 85% nos lucros”.
Quem planeja os programas de incentivo corporativos precisa criar um ambiente onde a motivação tenha espaço amplo, e para isso precisa entender primeiramente que é impulsionada por dois fatores: o Engajamento dos Colaboradores e a Motivação Pessoal. O engajamento dos colaboradores consiste nas coisas que uma empresa pode fazer para criar um ambiente de trabalho positivo e inspirador, incluindo considerações culturais e dos processos, como treinamento, colaboração, inovação e o equilíbrio efetivo entre compensação, incentivos e reconhecimento. A motivação pessoal consiste no que cada um de nós pode fazer para motivarmos a nós mesmos individualmente, para que trabalhemos e que nossos desejos tornem-se realidade. Então, para termos colaboradores completamente engajados em programas de incentivo, é necessário que as empresas ajudem a encorajar a motivação pessoal e tenham certeza que este está alinhado aos objetivos de engajamento corporativo.
Os especialistas na área dizem que, fundamentalmente, as pessoas são motivadas pelas emoções do medo e do desejo, e que sentem a necessidade de ter segurança, ou então, da perspectiva do engajamento corporativo, da certeza. Amor e conexão, significado e sucesso, desafio e crescimento, liberdade e escolha. Existem vários fatores que têm efeito nos nossos níveis de motivação pessoal, e eles também precisam ser considerados, como idade, questões familiares, crenças e valores, escolhas de carreira e também nossos hobbies e interesses.
Aqui vão os 9 princípios fundamentais para ajudar o crescimento da motivação intrínseca na sua empresa:
No próximo mês, veremos como esses princípios serão aplicados na hora de criarmos uma campanha de incentivo.
*Ira Ozer é presidente das empresas Motivation Partners e Engagement Partners, empresas focadas na área de motivação e incentivo. Ele tem mais de 27 anos de experiência na área de incentivo, e é um palestrante frequente em eventos da Incentive Marketing Association, além de ser fundadora da Motivation Professionais Association.