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12/02/2014

Programas de incentivo geram resultados para segurança no trabalho

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A premiação é uma das muitas práticas adotadas por empresas dos mais diferentes segmentos. Seja para incentivar o aumento de produtividade e de vendas, para reconhecer e premiar resultados, as premiações tem obtido sucesso em valorizar atitudes, atividades e comportamentos desejados pelas organizações. Mas e quando a situação se inverte e a necessidade é de prevenção? Vamos ilustrar brevemente abaixo:

É notório que, em uma organização fabril, a busca pela produtividade elevada leva à lucratividade. Quanto mais eficientemente os recursos materiais e financeiros forem empregados, através de maquinário, mão-de-obra e métodos adequados, mais capacidade produtiva aquela organização terá e mais retorno ela gerará.

Nesse pequeno exemplo descrito acima, ao abordarmos a mão-de-obra, os colaboradores, falamos não somente dos recursos financeiros aplicados em recrutamento e treinamento voltado para a produção, nem de premiações por produtividade individual ou em grupo. Ao falarmos disso queremos abordar uma parte que fica meio que “invisível” para o mercado, a que corresponde a prevenção de acidentes e a de segurança no trabalho. É preciso assumir que os colaboradores constituem o recurso mais valioso que uma organização pode ter e que é preciso que eles estejam saudáveis para que possam exercer suas atividades de forma satisfatória e plena.

Dentro desse contexto, é raro vermos campanhas de incentivo voltadas especificamente para a segurança do trabalho em nosso país. Pergunte-se, quantas vezes você ouviu falar em recompensa por uma tarefa executada de maneira segura? E você será capaz de se perguntar, porque premiar uma coisa que é uma “obrigação” do colaborador? Vamos tentar falar um pouco sobre o tema abaixo.

Como funcionam os incentivos a segurança hoje

Hoje, como podemos ver, as principais formas de incentivo à segurança no trabalho se dão pela atuação da CIPA, comissão criada internamente, por treinamentos ministrados por profissionais especializados no assunto, próprios ou contratados, especificamente para demonstrar métodos, modos e meios de se evitarem acidentes. A CIPA e a esses profissionais se junta o departamento de Recursos Humanos, que promove além dos métodos já citados, ações de comunicação e algumas ações de incentivo informais, não tão frequentes. A pergunta que fica ao olharmos esse cenário é: como pode ser construído um programa de incentivos tangíveis focado na segurança do trabalho?

Criando um programa de incentivo

Abaixo listaremos algumas das diretrizes principais a serem observadas para que se crie um programa de incentivo de segurança no trabalho.

- Ter um Programa estruturado – Para trabalhar de forma eficaz, um programa de incentivos deve estar alinhado com os objetivos estratégicos da empresa e visto como uma iniciativa de melhoria de desempenho em longo prazo, não uma  competição de curto prazo. As regras devem ser projetadas para motivar e engajar os participantes-alvo, o que, no caso de incentivos de segurança geralmente são pessoas que trabalham em uma atividade de trabalho manual, como trabalhadores de unidades fabris ou armazéns, motoristas e seus gerentes.
Do ponto de vista estrutural, geralmente é melhor para premiar pessoas logo após comportamentos adequados são observados e ações são tomadas, porque estes são principais indicadores de sucesso. Exemplos de comportamentos apropriados incluem elevação segura e o uso constante dos óculos de segurança. As ações incluem aulas de treinamento de segurança e questionários. Quando os programas de incentivo de segurança são ineficazes, é geralmente porque eles são estruturados com base em dar às pessoas prêmios após resultados de segurança foram alcançados, tais como “X” número de dias sem acidente. Embora os resultados como este são, certamente, o objetivo, o problema com esta estrutura é que muitas vezes leva à subnotificação de acidentes, juntamente com os processos que não estão sendo seguidos corretamente, por isso a mudança de comportamento duradoura não ocorre e, finalmente, os resultados a longo prazo não atingem os objetivos esperados.

- Campanha de comunicação – O programa deve incluir uma campanha bem planejada da comunicação em curso, antes, durante e após o período de incentivo para chamar a atenção para o programa e os comportamentos e objetivos de segurança que são desejados. Comunicações geralmente incluem cartazes no local de trabalho, notícias, artigos promocionais de marca, cartas para casa, ferramentas de gerente, e, quando apropriado, as peças do jogo, certificados de premiação, e outras maneiras de premiar pessoas “no local.”

- Formação e certificação – Os participantes devem saber como trabalhar com segurança, os procedimentos que devem seguir e demonstrá-los no trabalho. A mera participação em aulas de treinamento não é o suficiente, porque isso não garante que a aprendizagem ocorreu, nem que serão incorporados comportamentos mais seguros. É importante fornecer testes de treinamento de segurança, de preferência com certificação e reforço contínuo. Para alcançar este objetivo de forma mais eficaz, é fundamental unir treinamento, avaliação e prática dentro do programa. O questionário, ou Quiz, é uma importante ferramenta nesse processo. Através dele você consegue premiar com pontos os colaboradores mais atenciosos e também avaliar a adesão e interesse dos participantes. Também por meio deles é possível certificar os mais capazes e, vendo as respostas erradas, saber onde é preciso um reforço no treinamento.

- Acompanhamento e elaboração de relatórios – É importante acompanhar todos os aspectos do programa para determinar o nível de envolvimento e sucesso, bem como as formas que o programa pode ser melhorado. Programas de incentivo de segurança não são estáticos, mas sim campanhas que devem ser monitorados continuamente, com as alterações feitas às regras, duração, comunicação, treinamento e promoções.

- Coaching e reforço – Este é um componente crítico de programas de segurança. Os gerentes devem ser treinados para observar e treinar os participantes de forma positiva, carinhosa e não como uma “polícia de segurança”, que as pessoas evitem. Todos os funcionários sabem que é do seu melhor interesse para fazer o trabalho com segurança e para evitar ferimentos e perda de tempo de trabalho, mas muito parecido com a perda de peso e programas de exercícios, é doloroso para as pessoas a mudar os hábitos. Nós podemos fazê-lo de forma mais eficaz se tivermos um treinador para nos ajudar de uma forma confiável e fornecendo reforço contínuo.

Cases de sucesso

- Saro Hartounian cita um programa que sua empresa executou por mais de sete anos com a Ajax Pavimentação, uma das maiores empresas de pavimentação da estrada nos Estados Unidos. Neste programa, os trabalhadores que faziam a pavimentação de rodovias eram premiados conforme respondiam um Quiz online, este por sua vez, baseado em materiais de treinamentos e reuniões feitas durante as semanas. Respondendo ao Quiz eles ganhavam pontos que poderiam ser trocados a partir de um catálogo de presentes. Isto levou o programa a um nível muito alto de engajamento. Importante notar que os trabalhadores não eram premiados com pontos apenas pelo Quiz respondido, mas também por demonstrarem comportamentos seguros no ambiente de trabalho. O programa levou a menores taxas de acidentes, redução do seguro e custos médicos, e reduções de atrasos.

- Brian Galonek relata um programa de incentivo de segurança que envolveu 20.000 motoristas de caminhão divididos em 600 divisões. Esses motoristas recebiam pontos pelo cumprimento de hábitos de trabalho seguros, pela participação em treinamentos de segurança e por contribuírem para a melhoria da cultura de segurança na empresa como um todo. A redução de custos em divisões que participaram do programa foi dobrada, em relação a divisões não participantes. Galonek atribui o sucesso do programa a forma de gratificação, individual, ao invés da recompensa a toda equipe. Também foi notado que 90% dos prêmios resgatados foram originados de resgates online, embora a alternativa de resgate via catálogo físico também estivesse disponível. A empresa presumiu originalmente que muitos dos participantes não tinham acesso a internet.

Observando os dois cases citados acima, bem como outras ações promovidas tanto nos Estados Unidos, quanto na União Europeia, podemos ver que o incentivo focado na segurança do trabalho ainda é pouco explorado no Brasil. Uma avaliação das vantagens que ele pode proporcionar para seus colaboradores e consequentemente para a sua organização pode ser o gatilho inicial para uma implantação. Vale a pena o esforço em estudar suas potencialidades!

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